terça-feira, 16 de junho de 2015

Um passeio pelas crenças: A laicidade como única garantia

É incrível o papel que a crença tem dentro da evolução humana, como ela pode evitar que levemos choques mortais, ou que pode nos forçar a dar choques mortais nos outros. Pessoas precisam acreditar em coisas, não importando quais. Por exemplo, a crença que seu time de futebol é melhor, não porque seu time seja realmente melhor, mas só porque precisa acreditar nisso.
Crença é um termo de muitos significados. Simplifico ele para ajudar na compreensão deste texto, apresentando crença como a capacidade que temos de acreditar em coisas que não vivenciamos, ou que são impossíveis de se provar a ligação concreta com a realidade. Se alguém nos diz que tocar em um fio de alta tensão nos levará a morte, não precisamos ter essa experiência para acreditar, simplesmente acreditamos. 
Isso me leva a pensar que a crença foi fundamental para o ser humano no decorrer de seu trajeto evolutivo. Lá atrás, um de nossos ancestrais dizia aos seus filhos: “Não vá aquela caverna, você morre”, e os que acreditavam, permaneciam vivos. Se ele dizia: “essa ponta de lança é boa...” dava uma vantagem brutal a quem tinha a oportunidade de acreditar nessa informação.
Sendo a crença um fenômeno manifesto em todas as comunidades humanas (assim como o homossexualismo), faço desta informação meu principal argumento pra ter segurança em dizer que esta é uma especialização filogenética, ou seja, nosso cérebro vem pronto de fábrica para a crença. Não temos a opção de não ter crença, humanos típicos, todos tem crença.
Nossa capacidade de ter crença foi crescendo junto com nosso cérebro, e de informações que serviam para a sobrevivência, começamos a desenvolver crenças sob todas as coisas que não podíamos explicar. Havia crenças sobre a razão de o sol nascer, de morrermos, de adoecermos, de sofrermos, dos terremotos, ou mesmo, de onde viemos.
Antes que eu consiga filosofar mais, chegamos à crença religiosa. Não vou dizer que todas as culturas do mundo desenvolveram religiões, não conheço todas as culturas, mas todas de que tenho notícia criaram. Em meio tantos deuses, dogmas, e mitos criacionistas, quem está certo? Acho que todos de certo modo estão certos, pois não existe razão para argumentar sobre o que não pode ser confirmado ou refutado, então, cada um tem o direito de acreditar no que lhe foi conveniente, ou mesmo não acreditar em religião alguma, preferindo acreditar na ciência, ou ne religião e nem ciência, só crer em si mesmo (“i just believe in me”).
Mesmo que a ciência tenha princípios bem mais rígidos para apresentar informações, ainda precisa de crença. Não tenho dinheiro, nem tempo, nem conhecimento para replicar todas as pesquisas que eu li, me restando apenas acreditar nas informações apresentadas pelos cientistas, e olha que eles me colocam todas as informações possíveis pra endossar as afirmações, mas mesmo assim, ainda preciso da crença.
Importante dizer que as religiões se desenvolveram de acordo com a cultura de um tempo, e tem informações que podem ou não ser muito importantes para situações sociais específicas, por isso cada povo da terra desenvolveu suas crenças religiosas, com seu próprio arcabouço teórico. Isso foi mudando por imposição violenta, e hoje boa parte do mundo ocidental se tornou cristão. Sendo honesto, não foi uma competição justa, ou você era cristão ou sofreria todo o tipo de agressão, ou mesmo a morte. Por isso restaram poucos dissidentes do cristianismo no ocidente. Eu por exemplo sou brasileiro e não sei nada sobre as crenças religiosas dos índios nativos, e de fato de fato acho que perdemos muito por não conhecer!
O que causa aflição não é o conteúdo ideológico e moral apresentado pelas religiões, mas como quem a defende o faz. Não todos, mas muitos religiosos não são tolerantes com as diferenças, transformando suas crenças em leis que são levadas muitas vezes as últimas consequências. Pessoas vem se matando à milhares de anos por muito acreditar em suas crenças. Como todos os textos sagrados do mundo não obedecem muito a uma escrita científica, sendo essas escrituras muitas vezes paradoxais e imprecisas, a interpretação das pessoas é o que torna ou não verdade algo um escrito sagrado. Logo, existem muçulmanos que acreditam que combater outras religiões é uma missão dada por Alá, e outros afirmam que isso é infame segundo o alcorão que os que combatem leram também. Do mesmo modo, uns cristãos no Brasil encontram fundamentos bíblicos para perseguir homossexuais e outros usam a mesma bíblia pra dizer que deves amar ao próximo sem distinções.
Mas se não é possível provar que determinada religião é a correta, como se pode agredir fisicamente ou psicologicamente uma pessoa com crenças diferentes? Justamente porque não há como provar a qual é a crença verdadeira. O que é mais razoável, acreditar que matar animais não-humanos agrada a entidades sobrenaturais, ou que um homem conseguiu colocar um casal de cada animal em um barco gigantesco, mesmo sabendo que existem animais hermafroditos, partenogênicos, ou mesmo numerosos demais pra caber na mais gigante das embarcações? Bote o café no fogo, e sente de modo bem confortável, porque essa conversa não terá fim!
Logo, um país que preserva sua laicidade na sua constituição, pode garantir que as religiões possam existir, e que os religiosos não vão se desrespeitar, mesmo que você acredite que seu Deus é o Macgyver. Desta forma, não podem haver leis baseadas em preceitos religiosos, não se pode forçar crianças em escolas a ler a bíblia, ou impedir homossexuais de ter uma união estável e ter filhos. Não se pode levar missas ou cultos religiosos para locais onde se precise de laicidade, como um congresso ou uma câmara de vereadores. Não se pode querer que pessoas se calem mediante crimes com fundamentação religiosa para preservar a imagem de religiões ou de religiosos. Religião não melhora as pessoas, não muda seu caráter, nem diminui a probabilidade de cometerem crimes.
Sei que muitas pessoas só encontram a paz que precisam quando encontram uma religião, e isso é muito bom, mas essa não é uma justificativa para achar que outros irão encontrar a mesma paz que o praticante da religião encontrou. Eu por exemplo não sou cristão e sou tão feliz quanto qualquer um. E mesmo não sendo cristão, vou a igrejas cristãs, frequento o círio, comemoro natal, porque dessa forma fico perto das pessoas que amo.
Finalizando, o respeito à laicidade significa saber que o outro é diferente de você no que tange a religião, mas não é seu inimigo, que não é menor ou pior, é simplesmente diferente. Toda a pessoa religiosa deve se assegurar que atos contra a laicidade cometidos dentro de sua fé não ficarão sem o correto tratamento, não importando se quem o praticou foi um parente, um padre, um sacerdote, um druidaum pastor, um pai-de-santo, um necromancer ou um estranho, o mais ético é denunciar às autoridades se esse for o caso, ou só conversar com o intolerante e o esclarecer das garantias que a laicidade traz. Fico triste ao ver praticantes religiosos defendendo o indefensável (como o caso da menina apedrejada por ser praticante do candomblé ou o adolescente morto por ser homossexual) para preservar a imagem de sua igreja. Só denunciando esses atentados podemos garantir que a crença seja sempre algo bom para a humanidade.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

25 quilos mais jovem.

Escrevo esse texto por que muitos amigos tem me procurado com a seguinte pergunta: “Mas o que fizeste para perder peso? tá doente? Tomando remédio? Fez cirurgia do estômago?” Não, nada disso. Simplesmente mudei meus hábitos alimentares. Só isso.
Li muito sobre o tema, e percebi que 90% do que comia tinha um alto valor calórico, mas que era muito pouco nutritivo, com poucas vitaminas, fibras, sais minerais e gorduras essenciais. O que fiz nesse caso foi mudar não só a qualidade do que comia, mas também a quantidade. No presente texto vou dizer detalhadamente tudo o que fiz, como fiz e por que fiz. Mas antes de mais nada, quero deixar claro que sou um psicólogo, não sou nutricionista ou médico, por isso, não posso dar explicações científicas sobre perda de peso e apesar de achar que isso funciona para qualquer um, não posso dar garantias, isso é um relato do que funcionou para mim.
Vamos começar com um breve histórico alimentar. Quando menino e adolescente, sempre fui o mais baixinho, e mais magro da minha turma. Mas com 14 ou 15 anos, comecei a ter vergonha de ir a praia e tirar a blusa por conta de meu visível modelo “somália” de corpo. Decidi que precisava comer o máximo que podia. Isso não foi fácil de início, mas me acostumei, e o resultado veio ao longo dos anos, e de forma lenta. Aos 23 anos pesava 82 quilos, com a altura que tenho de 1,69. Aos 30 anos já estava com 85, quase 86 quilos.
Vos confesso que não me achava gordo. Me achava sensualmente acima do peso. Mas comecei a notar que as pessoas sempre lembravam de mim como: “Hilário? Que Hilário? Ah sim, aquele gordinho né?”
Mas será que eu era mesmo gordo como falavam? Eu achava que não e ponto final! Estava bem como estava! Porém um dia fui ao médico fazer exames de rotina e estava tudo bem comigo, tirando o fato de estar com colesterol e triglicerídeo altos (quase o dobro do máximo) tudo bem. O médico sentenciou: “Você precisa perder peso, ou não chega aos 50 com saúde.” Foi aí que uni os fatos (Saúde pouco promissora e estética de botijão de gás) e encontrei argumentos suficientes para afirmar: “Puta merda, sou gordo mesmo”. Dai tracei um plano de intervenção, que vos mostrarei agora em passos.

Passo 1.
Procurar saber qual o peso ideal para mim. Lendo sobre uma relação altura e peso, (Isso você encontra em diversos sites sobre nutrição) descobri que eu podia pesar no máximo 70 quilos e no mínimo 50 quilos. Como sou ponderado, decidi pelo meio termo: 60 quilos. Assim tenho peso para ganhar nas festas de fim de ano, ou peso para perder caso pegue uma doença como cólera ou malária.

Passo 2
Precisava fazer a pergunta certa, para ter a resposta correta de como chegar aos 60 quilos. As que tinha em mãos era:
1- O que faço para chegar a 60 quilos?
2- O que tenho feito para pesar 85?
Decidi que a pergunta mais útil no momento era a segunda. Respondendo a mesma fiz uma breve análise do que eu comia rotineiramente (que vos digo sinceramente, não achava que era muita comida até fazer o relatório alimentar...). Na parte da manhã supria minha necessidade de líquido tomando uma faixa de 1,5 litros de café preto, o qual era preparado com 7 colheres de sopa de açúcar refinado. No almoço comia um prato que pesava em torno de 1,2 quilos, geralmente composto por 80% de arroz, ou macarrão, ou lasanha, feijão, ou frituras de frango ou peixe (não como carne vermelha) e 20% de legumes e verduras, que geralmente deixava metade destes últimos no prato sem comer. A tarde muitas vezes comia um pacote inteiro de biscoito recheado. E a noite fazia um lanchinho de 6 fatias de pizzas, ou 2 hamburgueres adubados, ou 3 hotdogs. E lá pela meia noite comia mais umas 15 bolachas com requeijão. Vos afirmo que essa foi uma análise realista, mesmo este não sendo um padrão, a maior parte do tempo era isso mesmo que comia. Tomei um susto quando joguei isso por alto em uma tabela de calorias, e percebi que eu comia o necessário para trabalhar na construção civil 8 horas por dia, carregando sacas de cimento!

Passo 3
Precisava mudar urgente, mas como? Li na Internet uma série de dietas que me prometiam eliminar “trocentos” quilos em um mês, mas pelo teor da coisa, sabia que não eram sustentáveis. Precisava criar meu próprio método, dentro de minhas possibilidades, ou seja, algo que pudesse manter para o resto da vida. Logo, analisei da minha perspectiva de psicólogo. Bom, comer é um comportamento, pensei, o que preciso fazer é mudar meu padrão comportamental alimentar para um mais saudável. O que precisava, como todo bom analista do comportamento, era entender a função do comportamento de comer, para poder modifica-lo. Notei, que não só para mim mas como para muitas outras pessoas, comer tem um função de prazer, saciação, e até mesmo uma função social (vamos comemorar! Cadê a pizza, e o petisco de calabreza?), e assim perde sua função primordial que é manter o organismo vivo e funcionando bem. Bom, se comemos por prazer e por saciação, vamos comer muito do que é saboroso a nós (e isso também é um conceito social que pode e deve ser modificado individualmente), como Massas, Carnes gordurosas, frituras, doces, Fast Food, ou artigos artificiais enlatados ou embalados.

Passo 4
Tracei um plano de guerra, durante a semana, estaria no Front da batalha, comendo só alimentos orgânicos e saudáveis, e no fim de semana, comeria moderadamente algo que gostasse mais, como pizza e etc. Resultado: depois de dezenas de tentativas, minha batalha sempre começava na segunda, e na terça quando muito na quarta, eu já tinha levantado a bandeira branca.
Mas o que havia dado errado, seria impossível perder peso de forma natural, como muitos me disseram? Nada disso. No fundo notei que depois de anos me alimentado mal, havia formulado uma REGRA alimentar insalubre, e como se sabe na psicologia, REGRAS não mudam facilmente, por que não importa o que aconteça, elas te tornam insensível as consequencias. Funciona assim, sempre quando comemos algo que não deveríamos, logo após o ato, sentimos a culpa de termos comido, mas isso não faz com que deixemos de fazer a mesma coisa no outro dia. Por exemplo quando chega o fim de semana, sempre pensamos “mas uma fatia de pizza não vai mudar nada, eu posso, havia programado isso oras!” depois quando queremos outra, pensamos “mas se eu comer muito pouco mesmo na segunda-feira, posso comer mais uma ou duas fatias hoje” depois pensamos: “putz cara, não devia ter comido tudo isso... mas segunda-feira em compenso comendo só alface, de verdade!” , e quando chega na segunda, fazemos a mesma coisa, e o mesmo com relação a terça e assim por diante, e assim, adeus corpo saudável!
A única forma de mudar uma regra, é estabelecer uma nova regra incompatível com a anterior. E como sabemos, regras não tem EXCEÇÔES que sejam condizentes com as metas nesse caso, ou seja, nem sábados e nem domingos se pode vacilar.

Passo 5
Preciso criar um nova regra alimentar, pensei, que seja nutritiva, pouco calórica, e que seja gostoso o suficiente para querer fazer no outro dia. Aqui vai a nova regra estipulada:
- Pela manhã:
- Diminuir os 1,5 litros de café com 7 colheres de sopa de açúcar, para 200ml dia, usando duas colheres de chá de açúcar Light (possui metade do valor calórico, e adoça mais que o comum, mas não é adoçante).
- Sempre tomar esse café com leite e mais uma fatia de pão integral com uma fatia de peito de peru light. Logo após isso, tomo 500 ml de água.
- Lá pelas 10 horas, como fruta, que pode ser uma maçã, uma tangerina ou uma banana.
- No almoço
- Na hora do almoço, tirei a massa coloquei legumes. Atualmente meu prato pesa em torno de 500 gramas, com 80% de legumes, verduras e grãos (sempre tem que ter bastante Feijão de corda, Brócoles, Couve Flor, Grão de Bico, Lentilha, Cenoura, tomate, Alface, cebola, e muito disso em natura), e 20% disso de carne magra de peixe ou frango, preparada de qualquer forma, menos frito. De sobre mesa, como dois ou três biscoitos de côco São Luiz, ou outro integral, e mais uma fruta.
- Às 15:30 lancho meia xícara de Granola com leite light e uvas passas (tem alto índice de proteína, fibras e gorduras essenciais).
- À noite
- Lá pelas 20 hs, faço um sanduiche adubado de pão integral com alface americano, tomate, azeitona, queijo cottage, peito de peru light, óleo de oliva extra virgem (uma colher de chá) e alcaparras. Esses ingredientes podem mudar, de acordo com a disponibilidade, mas sempre mantenho o bom senso nesse casoe não uso coisas gordurosas. Depois disso, sempre como Cokies integrais do tipo pequeno(uns 3 ou 4) e mais uma fruta, que pode ser melão, melancia (fatia pequena), ou qualquer outra e um copo de 200 ml de leite light, ou suco de limão com pouco açúcar.
- Fim de semana.
- Mantenho a mesma coisa, sendo que geralmente vou a restaurantes a quilo no almoço que tenham muita opção de salada, e como a maior variedade possível de legumes e verduras, sempre acompanhado de um suco natural e sem açúcar de laranja.

Passo 6
Não posso mentir caro leitor, você sentirá muita vontade de comer, e seu organismo fará de tudo pra você voltar a regra antiga (de comer como vira-lata de rua adotado por madame), mas se você resistir, em poucos dias (uns 4 ou 5 no meu caso, mas tenho certeza que isso pode variar muito de pessoa para pessoa) começa a se acostumar e saber diferenciar a vontade de comer da necessidade de comer. O que me aconteceu de mais inesperado é que depois de mais ou menos um mês me adaptei bem a isso, e sempre que sinto fome, a imagem que vem na minha cabeça já não é mais uma coxinha, uma lasanha ou coisa assim, já são frutas e verduras. E mais, no começo, depois de fazer essas refeições citadas no passo anterior, nunca me sentia satisfeito, sempre restava uma fome, que não passava e não me deixava dormir direito a noite, me levando as vezes até as duas da matina acordado, porém atualmente, já me sinto satisfeito e sem fome com a nova regra alimentar.
Um bom macete que desenvolvi para driblar um pouco a fome, é que depois de comer, mais ou menos uns 10 minutos, tomo um copo de 500 ml de água.
O fundamental caro leitor é que no período em que se está efetuando a aquisição da nova regra alimentar(e segundo minha experiência, isso leva uns 6 meses), não se pode, nem de brincadeira, deixar de cumprir a mesma, com a consequencia de voltar a velha regra de comer muito. Não pense você, que pode dar uma “escapadinha” da nova regra, por que existe uma alta probabilidade de voltar a se alimentar de forma insalubre de novo. Você pode até conseguir tal façanha, se for uma pessoa de muito auto-controle, mas lhe pergunto, está disposto a correr esse risco? E mais, se você fosse uma pessoa de muito auto-controle, por que teria permanecido gordo ou engordado tanto, ao ponto de ler esse artigo até o final? Não faça isso, não saia da regra.
                                                                   Fim dos Passos

Descrito os passos, resta a pergunta. “Mas vou perder peso de imediato?” Lhe respondo com um conhecimento da antropologia: Se você está vivo hoje como espécie, é por que nosso organismo se tornou muito competente em captar e armazenar calorias ao longo da história, pois no início da humanidade, lá na África, o homem passava por muitos períodos de alimentação precária, no qual lentamente se utilizava das calorias adquiridas no período das chuvas para se manter vivo. Ou seja, seu organismo geneticamente falando é muito competente em captar e armazenar calorias, e queima elas de forma muito lenta. Na verdade, só comecei a perder peso mesmo depois do segundo mês, ou seja, nos dois primeiro meses, saí de 85 para 80. A partir do terceiro mês comecei a perder gradualmente mais peso, uma faixa de 1 quilo na semana de quando trabalhava 1 turno, 1,5 quilos por semana em períodos em que trabalhava 2 turnos, ou 2 quilos por semana, quando trabalhava os 3 turnos. Meu trabalho é lecionar, geralmente fico em pé, falando e andando de um lado para o outro. O importante aí é se manter motivado, mesmo com resultados pequenos e discretos.
Mas agora por fim você me pergunta: “Valeu a pena abrir mão dos prazeres da comida?” Lhe respondo que fisicamente me sinto mais disposto, melhora a auto estima, sua parceira fica mais assanhada, dentre muitas outras coisas, que também fornecem prazer e um prazer de mais qualidade,  mas a principal delas é: Se você pode ser magro, que vantagem teria em ser gordo?

terça-feira, 12 de julho de 2011

Mentira! Mentira? Mentira...

Sempre leio em jornais, colunas e até mesmo em perfis de sites de relacionamento na internet: “O que não suporto é a mentira”. Afirmo sem medo de me enganar isso é uma grande mentira! A mentira é um fato social, fato esse inseparável de qualquer ser humano sociável e psicologicamente normal.
É a mentira que mantém muitas amizades, grandes amores, e até mesmo relações corriqueiras. Por exemplo, se nasce o filho de um amigo seu, provavelmente nascerá com a cara enrugada... ou seja, o coitado será feio por um certo tempo. Mas não se diz isso: “Olha, o importante é ter saúde, não é mesmo?”, vamos cumprir um papel social e dizer: “mas é lindo seu filho! Que gracinha!”
Se aquele chato te convida para ir ao cinema ou fazer qualquer outra coisa, não costumamos dizer que não vamos por que não apreciamos sua compania, mas vamos inventar um motivo que o faça de desistir do convite, e se formos bons em desculpas esfarrapadas, o faremos nunca mais nos convidar para nada!
No fundo, muitas vezes a verdade é algo que machuca, ou pelo menos é incômodo, e a mentira é o que torna a vida mais bonita mediante o fato derradeiro da morte, por isso geralmente céticos são pessoas que tem muito a chorar. Por que perder tempo com uma verdade dolorida, se o que só o que nos resta é um tempo limitado? Devemos tratar sim é de ser feliz, mesmo que essa felicidade seja baseada numa grande mentira.
Muitas coisas que acreditamos são uma mentira grosseira aos olhos mais detalhistas, como a história brasileira, a democracia, a igreja, a lenda dos que depois de muito trabalho sairam da classe média para luxo e riquesa, se levar uma vida saudável vai viver mais, justiça, eterna saudade, psicanálise, que todo rico é infeliz na vida pessoal, a velhice é a melhor fase da vida, dentre muitas outras coisas que precisamos acreditar pra aceitar nossa realidade.
Muitos jargões comuns também são mentiras: “Quem espera sempre alcança”, “aqui se fez, aqui se paga”, “se com ferro feriu, com ferro será ferido”. Essas coisas são otimas pra nos dar um certo senso de justiça, mas na certa, existem muitos exemplos de comprovam que essas coisas as vezes acontecem, as vezes não.
Sendo assim, acredito eu que a maioria das pessoas querem afirmar que não gostam de ser trapaceados e enrolados, mas nunca que não aceitam a mentira. Não só aceitam, como sua felicidade depende dela. E nessa perspectiva, por que tornar crível o que nesse texto vos falo?

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Belém Belém




Belém, capital da Amazônia (pelo menos era assim antes...), coração comercial e empresarial do estado do Pará. Tem em seu território uma vasta capacidade de produção e geração de renda. Essas afirmações deveriam nos encher de orgulho, ou pelo menos gerar esperança de um futuro próspero. No entanto como veremos, é muito mais um motivo de pensamentos suicidas ou de evasão.
Analisando dados de sensos realizados, notícias de manchetes, e de vivencia, o resultado que chegamos é esse:

“Belém, capital do crime, covil de políticos corruptos e terra sem lei. Antro de alienados e analfabetos, uma grande senzala de desesperados e pessoas sem qualquer esperança na vida”.

Calma, vou explicar tudo... é o seguinte, Belém foi eleita a capital menos próspera para negócios (lícitos), ou seja, se você for abrir um negócio, separe mais de 50% do seu lucro líquido para pagar impostos que vão sustentar velhos abutres do senado. Se for um negócio ilícito, separe dinheiro para subornar fiscais (eles são péssimos para fiscalizar corrupção, perda de divisas e etc, mas parar arrancar seu dinheiro através de chantagens, são extremamente competentes).
Somos uma das capitais mais violentas do Brasil, tanto no trânsito, quanto em termos de violência urbana (até nosso crime é desorganizado), por que a violência aqui se concentra sobre as classes baixas e médias. Ou seja, pobre roubando outros pobres. Nem estado nem o município tem como fiscalizar isso. Devem haver 100 ladrões para cada policial, e cada policial recebe uma cota de seis balas por mês. Mas não devemos condenar os meliantes, pois, se para aqueles que tem diploma de bacharel está ruim, imagina pra aqueles que não freqüentaram a escola.
Também somos líderes em analfabetismo. Nas escolas do sistema público, nossa média do IDEB foi motivo para reafirmar nossa ignorância para o resto do país. Faça você mesmo um teste, procure um aluno da 8ª série do ensino público, e peça a ele que leia um texto de 20 linhas. Após isso, peça a ele que lhe explique o que leu. Devo antecipar ao leitor que essa pode ser uma experiência constrangedora para o aluno. Agora lançarei o argumento que não deixará dúvidas do afirmado acima: Que tipo de povo elege um criminoso condenado abertamente nos sistemas de comunicação para prefeito? Sem necessidade de mais, terminamos aqui esse argumento.
Se você digitar no Google ranking das capitais em termos de qualidade de vida, verá que Belém se encontra a 60 pontos negativos dentro da escala. Ou seja, estamos 60 pontos abaixo do zero, do mínimo. É como se ao pegar o resultado de uma prova de matemática valendo 10 pontos, conseguisse tirar -6, ou seja, menos que zero. Somos a penúltima cidade, estando acima apenas de Rio Branco (AC). Mas a coisa está descendo mais ainda pra nós, lembre que o Amarelo (sabes a quem me refiro, mas pelos dados citados sobre violência urbana, prefiro não citar nomes...) acabou de ser reeleito.
E para concluir esse texto amargo, vamos analisar a saúde pública. A pouco, uma imagem circulou o mundo, talvez a mais tocante que já podemos vislumbrar. Uma criança morreu dentro da pia fria de inox do PSM-14, pois não havia um leito para colocá-lo. Imagino o que deve ter sentido esse pai e mãe ao ver seu filho agonizar a morte nessa situação. Não podemos apontar quem puxou esse gatilho, mas com certeza, o responsável por esse logradouro de desilusões chamado Belém, foi quem deu a ordem de morte.
Sendo assim caro leitor, lhe suplico que pelo menos reflita essa condição a qual vivemos. Que pare e pense. Nossa única saída é a subversão, ou seja, parar de obedecer as imposições do estado. Não pague impostos, não entregue seu suado dinheiro a esses vagabundos. Compre tudo que for pirata. Sonegue. Não vote, não se aliste as forças armadas. Não utilize, na medida do possível, nem um sistema público, e transforme todas as suas frustrações em ofensas aos políticos. Escreva textos subversivos, piche nos muros dos órgãos públicos ofensas diretas ao estado e ao município. Não aceite que em período eleitoral “pinturas” de asfalto na sua rua, faça piquetes, quebre as máquinas. Empreste dinheiro dos sistemas de financiamento do estado ou município, mas não pague, entenda isso como um “reembolso” do que lhe foi roubado. Aceite os presentes dos políticos nos períodos eleitorais, mas não vote neles, e se poder lhe roubar a carteira dele durante aquelas fotos sensacionalistas, faça-o.

sábado, 12 de setembro de 2009

Cidadão do Mundo

A pergunta com a qual inicio esse artigo é: “Seria o homem um ser natural?”. A resposta é tão óbvia que tardo a acreditar que a levantei, mas ela tem seu propósito. Sim, o homem, como um produto direto da natureza é um ser natural, mas ao que podemos notar, o homem não se entende como um ser natural, mas sim como um ser supremo que está acima da natureza, e pode usufruir dela como lhe for adequado.
Tal reflexão não só é bizarra, como nos encaminha para um norte que nos levará a auto-destruição de várias formas distintas, fome em massa, super aquecimento, miséria, fim dos recursos naturais e por aí a frente. Muitos dizem ser esta uma visão apocalíptica, algo de filme de ficção, mas com os dados atuais sobre a questão, isso é tão fatídico quanto se molhar ao entrar em uma praia.
Os dados sobre o clima e outros indicadores ambientais que nos provam isso não são a raiz da questão a ser debatida nesse texto. A importância está em promover uma reflexão no leitor sobre sua importância enquanto terráqueo, cidadão do mundo, sobre o que está acontecendo com a terra.
Tudo começou no momento em que o homem começou a se fixar em cidades. Esta decisão fez com que o homem precisasse desenvolver culturas de grãos e a domesticação de animais, para superar as adversidades climáticas e ter alimentos em todas as estações do ano.
Isso não foi difícil de fazer, já que o homem possui um potente córtex de 1,5 quilos, e este mesmo córtex nos ajudou a armazenar informações sobre safras, melhoramento da qualidade dos grãos, engorda de animais, ferramentas e maquinários. E de repente, já conseguíamos produzir bem mais do que era preciso. Mas o que fazer com esse excedente? Jogar fora? Doar? Nada disso, o melhor seria trocar por outras coisas, produzidas em outros lugares. Surge assim o comércio.
Com o surgimento do comércio, a necessidade de produzir era cada vez maior, para ter mais poder de barganha. Adiante, surgiu a necessidade de trocar coisas bem diferentes. Por exemplo, como trocar galinhas por uma baleia azul? Isso era feito com base no peso, mas não parecia muito justo dar sessenta mil galinhas por uma baleia azul, pois havia muita trabalho investido na domesticação das galinhas. Criamos o dinheiro para solucionar esse problema, e com o dinheiro, o lucro, com o lucro, a produção em massa, e com a produção em massa, a necessidade de ser consumidor.
Sem rodeios, com nossa história e desenvolvimento, o que aprendemos de mais significativo foi que precisamos cada vez mais consumir. Se você questionar a uma pessoa comum, quem foi Gengiskan e qual o seu legado, muito provável que não saiba responder, mas se perguntar qual o celular novo que se pretende ter, a resposta surge rápida e exata como um tiro a queima roupa. O direito de ser consumidor nada em nem ninguém tira, e só nós sabemos da nossa necessidade de ter um novo celular, um carro melhor, comprar no supermercado bem mais do que podemos utilizar.
O leitor pode estar pensando: “isso é um manifesto marxista?”. Não, não é. É que para que possamos entender nosso papel em todas as mudanças climáticas e ambientais, precisamos compreender qual o “quinhão” de cada cidadão nisso. Carros, celulares, roupas, carne enrolada em filmes plásticos e tudo mais que consumimos sem necessidade tem um custo ambiental, e geralmente, alheio as campanhas publicitárias de mega corporações ditas ambientalmente inofensivas, ou pouco ofensivas, a maioria desses recursos não são renováveis, e poluem o ambiente de forma colossal.
Uma vez que nós trabalhamos 6 dias por semana, e oito horas por dia pra poder consumir mais e mais e de forma irracional, ajudamos a manter as corporações de destroem o ambiente pra produzir tais artefatos, nos levando ao ponto, cujos cientistas mais niilistas julgam sem volta a destruição produzida pelo homem, e que dentro de 30 anos, a vida como conhecemos sofrerá mudanças faraônicas.
Por força maior, prefiro acreditar que estão errados, e que ainda podemos mudar nosso destino. Mas para isso, precisamos nos entender como seres que fazem parte da terra, como terráqueos, e não como donos da natureza e seus recursos.
Uma boa forma de ilustrar isso de forma até que um pouco lúdica, é entender a terra como um organismo vivo, e nós, seres humanos, como uma colônia de bactérias, que por séculos viveram em plena comunhão com a terra. Mas hoje, o ser humano ser tornou resistente a quaisquer mecanismos que a terra possua pra controlar nossa “infecção”. A pergunta que não cala é: O que resta dessa colônia de bactérias (humanidade), quando o organismo que a hospeda (terra) morre? A resposta é óbvia, morremos juntos com ela.
A única solução é cada cidadão do mundo, cada pessoa que vive e usufrui da terra, repensar sua forma de se relacionar com ela, e se ver como um organismo dentro de outro organismo. Não é a terra que depende de nós, somos nós que dependemos dela. Agora com tudo explicado de forma sucinta, breve e inequívoca, reformulo a pergunta inicial voltando esta ao leitor: “Você é um ser natural?”.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Chega de Críticas!!




Nós temos o hábito de só falar mal de nossos parlamentares, sob a acusação de que estes tem como profissão o roubo de verbas públicas. Pois bem, que nossa grana, paga em impostos, tem a função de sustentar e manter a corrupção, isso não podemos questionar. É verdade.
Mas amigos, isso já ocorre a séculos aqui em nosso país. Resumindo, a gente leva “enrabadas” todos os dias, e nunca nos incomodamos. Na verdade, a maioria de nós, se pudéssemos, iríamos querer estar no lugar deles, e gozar dos benefícios da corrupção.
No entanto esquecemos de elogiar a engenhosidade e planejamento de alguns esquemas de corrupção. Somente mentes brilhantes para criar planos tão ousados, que de tão perfeitos, nunca se quer vamos poder tomar conhecimento. Assim como houveram cientistas, até hoje lembrados e idolatrados por seus inventos, como o telefone, o motor, o avião, devemos também elogiar esses gênios da mente corrupta (não criminosa).


Os criadores do Valérioduto, das licitações fraudulentas, dos onze milhões e meio de quilômetros percorridos por nossos parlamentares com gasolina paga pelo contribuinte. Afinal, são tantas, que fica difícil escolher uma... E você leitor, qual seu esquema de corrupção favorito??

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Vídeo Antológico do Reverso!!

Amigos, esse vídeo está em péssima qualidade e com um péssimo som, mas pra quem curtia o Reverso, é uma boa. Ele foi feito durante um Festival. A banda acabou e os músicos seguiram caminhos diferentes. Mas fica aí o vídeo da gente tocando SOS pra rememorar!!