sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Belém Belém




Belém, capital da Amazônia (pelo menos era assim antes...), coração comercial e empresarial do estado do Pará. Tem em seu território uma vasta capacidade de produção e geração de renda. Essas afirmações deveriam nos encher de orgulho, ou pelo menos gerar esperança de um futuro próspero. No entanto como veremos, é muito mais um motivo de pensamentos suicidas ou de evasão.
Analisando dados de sensos realizados, notícias de manchetes, e de vivencia, o resultado que chegamos é esse:

“Belém, capital do crime, covil de políticos corruptos e terra sem lei. Antro de alienados e analfabetos, uma grande senzala de desesperados e pessoas sem qualquer esperança na vida”.

Calma, vou explicar tudo... é o seguinte, Belém foi eleita a capital menos próspera para negócios (lícitos), ou seja, se você for abrir um negócio, separe mais de 50% do seu lucro líquido para pagar impostos que vão sustentar velhos abutres do senado. Se for um negócio ilícito, separe dinheiro para subornar fiscais (eles são péssimos para fiscalizar corrupção, perda de divisas e etc, mas parar arrancar seu dinheiro através de chantagens, são extremamente competentes).
Somos uma das capitais mais violentas do Brasil, tanto no trânsito, quanto em termos de violência urbana (até nosso crime é desorganizado), por que a violência aqui se concentra sobre as classes baixas e médias. Ou seja, pobre roubando outros pobres. Nem estado nem o município tem como fiscalizar isso. Devem haver 100 ladrões para cada policial, e cada policial recebe uma cota de seis balas por mês. Mas não devemos condenar os meliantes, pois, se para aqueles que tem diploma de bacharel está ruim, imagina pra aqueles que não freqüentaram a escola.
Também somos líderes em analfabetismo. Nas escolas do sistema público, nossa média do IDEB foi motivo para reafirmar nossa ignorância para o resto do país. Faça você mesmo um teste, procure um aluno da 8ª série do ensino público, e peça a ele que leia um texto de 20 linhas. Após isso, peça a ele que lhe explique o que leu. Devo antecipar ao leitor que essa pode ser uma experiência constrangedora para o aluno. Agora lançarei o argumento que não deixará dúvidas do afirmado acima: Que tipo de povo elege um criminoso condenado abertamente nos sistemas de comunicação para prefeito? Sem necessidade de mais, terminamos aqui esse argumento.
Se você digitar no Google ranking das capitais em termos de qualidade de vida, verá que Belém se encontra a 60 pontos negativos dentro da escala. Ou seja, estamos 60 pontos abaixo do zero, do mínimo. É como se ao pegar o resultado de uma prova de matemática valendo 10 pontos, conseguisse tirar -6, ou seja, menos que zero. Somos a penúltima cidade, estando acima apenas de Rio Branco (AC). Mas a coisa está descendo mais ainda pra nós, lembre que o Amarelo (sabes a quem me refiro, mas pelos dados citados sobre violência urbana, prefiro não citar nomes...) acabou de ser reeleito.
E para concluir esse texto amargo, vamos analisar a saúde pública. A pouco, uma imagem circulou o mundo, talvez a mais tocante que já podemos vislumbrar. Uma criança morreu dentro da pia fria de inox do PSM-14, pois não havia um leito para colocá-lo. Imagino o que deve ter sentido esse pai e mãe ao ver seu filho agonizar a morte nessa situação. Não podemos apontar quem puxou esse gatilho, mas com certeza, o responsável por esse logradouro de desilusões chamado Belém, foi quem deu a ordem de morte.
Sendo assim caro leitor, lhe suplico que pelo menos reflita essa condição a qual vivemos. Que pare e pense. Nossa única saída é a subversão, ou seja, parar de obedecer as imposições do estado. Não pague impostos, não entregue seu suado dinheiro a esses vagabundos. Compre tudo que for pirata. Sonegue. Não vote, não se aliste as forças armadas. Não utilize, na medida do possível, nem um sistema público, e transforme todas as suas frustrações em ofensas aos políticos. Escreva textos subversivos, piche nos muros dos órgãos públicos ofensas diretas ao estado e ao município. Não aceite que em período eleitoral “pinturas” de asfalto na sua rua, faça piquetes, quebre as máquinas. Empreste dinheiro dos sistemas de financiamento do estado ou município, mas não pague, entenda isso como um “reembolso” do que lhe foi roubado. Aceite os presentes dos políticos nos períodos eleitorais, mas não vote neles, e se poder lhe roubar a carteira dele durante aquelas fotos sensacionalistas, faça-o.