terça-feira, 12 de julho de 2011

Mentira! Mentira? Mentira...

Sempre leio em jornais, colunas e até mesmo em perfis de sites de relacionamento na internet: “O que não suporto é a mentira”. Afirmo sem medo de me enganar isso é uma grande mentira! A mentira é um fato social, fato esse inseparável de qualquer ser humano sociável e psicologicamente normal.
É a mentira que mantém muitas amizades, grandes amores, e até mesmo relações corriqueiras. Por exemplo, se nasce o filho de um amigo seu, provavelmente nascerá com a cara enrugada... ou seja, o coitado será feio por um certo tempo. Mas não se diz isso: “Olha, o importante é ter saúde, não é mesmo?”, vamos cumprir um papel social e dizer: “mas é lindo seu filho! Que gracinha!”
Se aquele chato te convida para ir ao cinema ou fazer qualquer outra coisa, não costumamos dizer que não vamos por que não apreciamos sua compania, mas vamos inventar um motivo que o faça de desistir do convite, e se formos bons em desculpas esfarrapadas, o faremos nunca mais nos convidar para nada!
No fundo, muitas vezes a verdade é algo que machuca, ou pelo menos é incômodo, e a mentira é o que torna a vida mais bonita mediante o fato derradeiro da morte, por isso geralmente céticos são pessoas que tem muito a chorar. Por que perder tempo com uma verdade dolorida, se o que só o que nos resta é um tempo limitado? Devemos tratar sim é de ser feliz, mesmo que essa felicidade seja baseada numa grande mentira.
Muitas coisas que acreditamos são uma mentira grosseira aos olhos mais detalhistas, como a história brasileira, a democracia, a igreja, a lenda dos que depois de muito trabalho sairam da classe média para luxo e riquesa, se levar uma vida saudável vai viver mais, justiça, eterna saudade, psicanálise, que todo rico é infeliz na vida pessoal, a velhice é a melhor fase da vida, dentre muitas outras coisas que precisamos acreditar pra aceitar nossa realidade.
Muitos jargões comuns também são mentiras: “Quem espera sempre alcança”, “aqui se fez, aqui se paga”, “se com ferro feriu, com ferro será ferido”. Essas coisas são otimas pra nos dar um certo senso de justiça, mas na certa, existem muitos exemplos de comprovam que essas coisas as vezes acontecem, as vezes não.
Sendo assim, acredito eu que a maioria das pessoas querem afirmar que não gostam de ser trapaceados e enrolados, mas nunca que não aceitam a mentira. Não só aceitam, como sua felicidade depende dela. E nessa perspectiva, por que tornar crível o que nesse texto vos falo?