domingo, 16 de dezembro de 2007

Brega é Literatura!!

Lendo o Diário deste domingo (16/12/2007) vi uma entrevista que me chamou a atenção. Uma professora com nível superior que defendia o uso de letras de brega no ensino de matérias como redação, português e literatura. No começo, admito que fiquei impressionado com seu regionalismo, que é um fator que conta muitos pontos a meu ver. Mas no decorrer da leitura, comecei a ficar chateado. Já imaginou seu filho chegar em casa com a tarefa de leitura e compreensão de texto, cujo o texto é: “quem vai querer a minha piriquita.”??? Receio que a professora tenha se equivocado em algumas afirmações...
A mesma afirma que é mais fácil trabalhar quando as crianças já tem o texto em mente (se é que podemos chamar isso de texto...), mas a pergunta que fica, é: Qual o conteúdo assimilado? Será que isso colabora para que o restante do país pense que somos todos ignorantes? Qual o peso desse material de duplo sentido para o desenvolvimento intelectual e comportamental das crianças??
Vale também ressaltar que essas músicas se proliferam por sua baixa qualidade, baixo “teor” intelectual (que facilita a compreensão) e alta rotatividade de artistas. Por isso são tão utilizadas por sistemas de comunicação de massa, por quê “colam” rápido, desaparecem rápido, e geram mais lucros financeiros. Como afirma Nuno Mindeles (músico de Blues) o povo quer o que lhe é oferecido. Ofereçam Jazz, bossa, que eles vão gostar do mesmo jeito. A diferença está no que é aprendido, a na complexidade de pensamento que isto ajuda a formar.
Se nos voltarmos para o uso de músicas regionais como forma de ensinar, podemos com certeza ter escolhas mais interessantes... e, não falo só daqueles que já tem uma carreira sedimentada nacionalmente, mas temos muitos músicos e bandas como Cravo Carbono e Lia Sofia, dentre tantos outros tão talentosos quanto, que representam opções mais interessantes.
Não quero aqui, dizer que o ritmo brega, é pobre. Não existe um ritmo pobre, mas sim um compositor ou músico pobre. Quem sabe, se melhorarmos a capacidade intelectual de nossos jovens, com textos mais criativos e instigantes, podemos ter daqui a alguns anos uma banda de brega com letras de qualidade? Por que se tivermos que manter a banda Calypso como representante da música paraense no Brasil, melhor começar a dizer que não somos daqui...

Hilário Lima.

Um comentário:

Anônimo disse...

Concordo em gênero, número e grau!

Perfeito seu comentário. Não tenho mais nada a acrescentar!

Congratulations man...